O Brasil e a União Europeia se comprometeram, no Plano de Ação Conjunto de 2008 (JAP-I), a trabalhar em parceria para contribuir com a reforma da arquitetura financeira mundial e evitar crises financeiras no futuro, assim como a lançar um Diálogo regular de alto nível e a aprimorar a coordenação em questões macroeconômicas e financeiras. As partes têm como objetivo trocar informações sobre suas respectivas situações macroeconômicas, bem como opiniões respectivas sobre questões abordadas no contexto das negociações do G-20. O JAP-II, de 2011, inclui uma declaração de continuidade e interesse mútuo nos termos gerais do Diálogo.
O Diálogo em Questões Macroeconômicas foi lançado em 2009 e, desde então, Brasil e União Europeia têm realizado reuniões periódicas. O Diálogo facilita o intercâmbio de informações em relação a percepções comuns sobre questões macroeconômicas, com a temática focada na crise econômica internacional e, mais recentemente, na crise do lado europeu. O objetivo principal é apoiar, com intercâmbios bilaterais mais focados e técnicos, as negociações de alto nível de caráter multilateral mantidas no G-20.
O Diálogo permite reforçar os acordos do G-20 em nível bilateral Brasil-UE, assim como ampliar a visão e o entendimento mútuo em relação às propostas individuais e às posições de ambos os parceiros nas negociações do G-20. As negociações no bloco de países são de conteúdo macroeconômico de alto nível e ocorrem com certa rapidez pela natureza multilateral e pela visão plural do grupo.
Além disso, o Diálogo aprofunda o entendimento das medidas adotadas pelos países na sequência dos acordos do G-20, permitindo a troca de informações técnicas sobre a implementação das decisões políticas.
A primeira sessão do Diálogo em Questões Macroeconômicas foi realizada em julho de 2009. Desde então, foram realizadas reuniões periódicas, que discutiram temas como as medidas tomadas para garantir a estabilidade financeira da zona do euro e sobre o desenvolvimento dos problemas na Grécia com a dívida, que culminou em um pacote de suporte liderado pela União Europeia; e a questão dos fluxos de capitais e dos preços das commodities, entre outros.
Além das reuniões, há também contatos informais, aproveitando outras reuniões ou missões, e com bom fluxo de informação entre o Brasil e a UE. O Diálogo mantém-se flexível em suas linhas estratégicas porque acompanha as negociações multilaterais do G-20, que variam em função da evolução da agenda internacional em economia, da situação e desenvolvimento das crises mundiais e das prioridades marcadas pela própria presidência de turno do grupo.