2016-09-27
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Uma missão do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e do Instituto Brasileiro de Geografia e ?Estatística (IBGE) à Holanda, em julho, com participação de técnicos de vários órgãos federais, possibilitou a troca de experiências sobre o monitoramento marítimo e costeiro no Brasil e a integração de sistemas de altitude terrestre e profundidade marítima.
Durante a viagem, foram realizadas visitas à Faculdade de Engenharia Civil e Geociências da Universidade Tecnológica de Delft (TU Delft), ao Instituto Deltares, ao Serviço Hidrográfico da Real Marinha Holandesa, e à Rijkswaterstaat (Agência de Águas do Ministério do Meio Ambiente e Indústria da Holanda). Também foram visitados os projetos Maeslant Storm Barrier Rotterdam e Sand Engine, além da empresa holandesa Fugro, que presta serviços para a indústria de exploração e produção de petróleo e gás.
“O objetivo da missão técnica foi conhecer as soluções adotadas pela Holanda com vistas a elaborar e executar projeto piloto para construção da solução para o desenvolvimento metodológico e aplicação de um sistema costeiro de referências verticais (SCRV)”, explica Salomar Mafaldo, Analista Ambiental do Departamento de Zoneamento Territorial do MMA e um dos integrantes da missão.
Segundo ele, atualmente no Brasil ainda não é possível precisar quais os impactos de uma elevação do nível do mar em terra firme e quais medidas de adaptação e mitigação deverão ser tomadas, o que é possível com um SCRV. “Assim, é essencial para o Brasil promover o desenvolvimento metodológico e aplicação de um sistema costeiro de referências verticais SCRV, que viabilizará a conexão dos níveis de referência marítimos com os sistemas de altitudes terrestres”, completa.
Além dele, participaram da missão o Gerente de Redes Vertical (GRRV) do IBGE, Roberto Teixeira Luz, o Oceanógrafo do Serviço Geológico do Brasil, Mário Martins Valle, o Chefe da 3ª Seção da Diretoria de Serviço Geográfico do Exército Brasileiro, Major Marcus Fabiano da Silva Saldanha, o Encarregado da Seção de Maré do Centro de Hidrografia da Marinha, Capitão de Corveta César Henrique de Oliveira Borba, e o Capitão de Mar e Guerra do Ministério da Defesa, João Franswilliam Barbosa.
Oficina de Trabalho
Ainda em julho, foi realizada a Oficina de Trabalho: “Subsídios para um Projeto de Integração das Altitudes Terrestres e Marítimas para o Gerenciamento Costeiro”, que debateu a necessidade de informações altimétricas integradas (altitude e profundidade) a partir de experiências brasileiras e europeias.
Durante os dois dias de evento, houve o debate do tema, sob reflexão acadêmica de pesquisadores brasileiros, com apresentação de diversas experiências nacionais. Participaram do encontro representantes da Marinha do Brasil, Exército, Ministério da Defesa (MD), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MP), Serviço Geológico Brasileiro (CPRM), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e de universidade brasileiras e europeias.
“O evento foi bastante positivo e enriquecedor, uma vez que possibilitou uma discussão política e técnica entre as principais instituições brasileiras que trabalham com o tema da altimetria continental e batimetria marinha, acrescido da participação de representantes de importantes instituições europeias”, destaca Salomar.
Como um dos resultados, além da troca de experiências entre todos os participantes, foi a institucionalização do Comitê de Integração dos Componentes Verticais Terrestre e Marítima (CICVTM) no âmbito da Comissão Nacional de Cartografia (CONCAR). A expectativa é que esta ação contribua na validação do problema e na pactuação de um plano de trabalho”, completa.
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