Brasil e União Europeia assinaram, em 2006, o Acordo de Cooperação Científica e Tecnológica, dando início formal a um Diálogo Setorial em Ciência e Tecnologia. Uma das áreas em que a cooperação mais avançou foi a de prevenção de desastres naturais, o que motivou a criação de um Diálogo Setorial exclusivo no tema. Durante a 5ª Cúpula Brasil – União Europeia, realizada em outubro de 2011, em Bruxelas, os parceiros assinaram uma carta de intenção para a criação desse diálogo.
O Plano de Ação Conjunto de 2011 (JAP-II) incorpora referências concretas ao Diálogo em questões de prevenção de desastres naturais. Na 6ª Cúpula Brasil – União Europeia, realizada em janeiro de 2013, em Brasília, os líderes consideraram bem-sucedida a cooperação na área e destacaram a criação do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (CEMADEN), ligado ao MCTI.
Durante a 7a Cúpula Brasil – União Europeia, realizada em fevereiro de 2014, em Bruxelas, os parceiros destacaram a troca contínua de conhecimento sobre gerenciamento de desastres com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), assim como o recente Atlas dos Solos da América Latina e do Caribe.
O Diálogo prevê atividades de formação e intercâmbio de conhecimentos, bem como a cooperação específica nas seguintes áreas: a) aperfeiçoamento de metodologias para identificação, modelagem, acompanhamento e previsão de desastres naturais, como enchentes e outros; b) melhoria de plataformas para apoiar a tomada de decisões durante a gestão em tempo real de crises multirriscos; c) partilha de experiências e know-how em modelagem de risco global; e d) avaliação do risco de impactos de desastres naturais em infraestruturas críticas, incluindo a avaliação dos danos e a elaboração de diretrizes e ferramentas para prevenção, preparação e resposta.
O CEMADEN, com sede em São Paulo, dinamizou o interesse mútuo pelo intercâmbio de experiências, informações e aprendizados entre o Brasil e a UE. Para o Brasil, os modelos científicos de simulação para previsão de catástrofes desenvolvidos na Europa são uma fonte de conhecimento científico adicional. Pelo lado europeu, a possibilidade de testar os modelos desenvolvidos contra um volume maior de dados é também da máxima importância.
O interesse mútuo pode ser enunciado com o empenho pela realização e a formulação de políticas públicas em matéria de prevenção de catástrofes, baseadas na evidência fornecida por modelos de simulação testados no terreno com uma grande quantidade de dados.
O Diálogo desenvolve-se fluidamente e com rapidez. Em uma primeira fase, a temática tratada são as enchentes. No entanto, os parceiros vêm discutindo outros temas para as próximas fases, como deslocamento de terras, prevenção e detecção de incêndios florestais e monitoramento do impacto de secas, com foco voltado para a prevenção de incêndios, agricultura e abastecimento de água.
A colaboração incluiu, entre outros, o treinamento, em abril de 2012, de especialistas brasileiros no uso de sistemas de prevenção e detecção de enchentes desenvolvidos pelo JRC. As partes também se reuniram no CEMADEN, em junho de 2012, e participaram em conjunto de um evento organizado pelo JRC em paralelo à Conferência Rio +20.
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