2018-07-30
Durante dois dias, representantes de 15 países e da comunidade acadêmica iniciaram um amplo debate sobre pesquisa em todo o Oceano Atlântico, avançando na implementação da Declaração de Belém sobre Cooperação em Pesquisa e Inovação do Atlântico. Assinada em julho de 2017, em Lisboa, entre Brasil, África do Sul e União Europeia, a declaração tem como objetivo integrar atividades de pesquisa entre os países banhados pelo Oceano Atlântico para melhorar e aprofundar o conhecimento científico ligado aos ecossistemas marinhos; às relações entre oceanos e mudanças climáticas; à produção de alimentos provenientes do mar; e, também, sobre sistemas de energia provenientes dos oceanos, além de entender as dinâmicas do Oceano Atlântico com os Sistemas de Circulação interconectados com o Ártico e a Antártida.
Para o Coordenador-Geral de Oceanos, Antártica e Geociências do MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações), Andrei Polejack, o Brasil tem papel decisivo nessa cooperação. “Os resultados da reunião trouxeram o fortalecimento da pesquisa colaborativa no Atlântico e das relações bilaterais entre o Brasil e os países participantes. O encontro reafirmou o papel do Brasil como um país-chave no Atlântico.”
Na programação do Belem All-Atlantic Reserch Forum, destacaram-se reflexões sobre as atividades cooperativas de pesquisa e inovação existentes e planejadas, no âmbito da Parceria de Belém, para demonstrar o seu alcance. Andrei Polejack citou também a colaboração da Universidade Federal da Bahia, que sediou o evento, e elogiou a participação da comunidade acadêmica. “Esse processo é sobre pessoas. Não é sobre ferramentas ou dados. E as pessoas participaram do Fórum e estão comprometidas. Nós saímos desse encontro com um alto nível de entendimento dos desafios que estamos enfrentando e estamos juntos nisso. E isso é algo raro e que não vemos em outras comunidades”, defendeu Polejack.
Essa percepção positiva do engajamento dos participantes foi endossada por John Bell, Diretor de Bioeconomia da Direção Geral de Investigação e Inovação da Comissão Europeia. “Quando discursei no início do fórum, falei sobre a necessidade de se construir uma Comunidade Atlântica. Nesses dois dias, descobri que já existe uma Comunidade Atlântica. É uma questão de essa comunidade se encontrar e externar sua coragem, sua voz e seu desejo de responder aos desafios que enfrentamos.”
John Bell destacou ainda a importância da participação da sociedade nos debates: “Temos que considerar os três aspectos da sustentabilidade: ecológico, econômico e social. As sociedades, onde quer que estejam, precisam ter acesso às soluções para fazer suas escolhas, planejar e decidir sobre o futuro. Precisamos deixar que as pessoas que serão afetadas pelas nossas decisões participem das discussões desde o estágio inicial”.
As discussões sobre o impacto socioeconômico e político das iniciativas de pesquisa no Oceano Atlântico enfatizaram a necessidade de a Parceria de Belém demonstrar impacto material, além de gerar excelência em ciência. Segundo Bell, é evidente que o conhecimento precisa ser aplicado, seja para um pescador na costa da África ou para as grandes cidades litorâneas que enfrentam problemas. É preciso garantir que a infraestrutura científica e os projetos saiam do campo de discussão abstrata, para fazer parte do cotidiano de uma sociedade sustentável.
Os países participantes compartilham da ideia de buscar formas de propor projetos concretos a partir de agora. Existem oportunidades de fomento na UE, no contexto do H2020, maior programa de financiamento de pesquisa e inovação do mundo. Do lado brasileiro, as agências de fomento à pesquisa federais (CNPq e FINEP) e estaduais (Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa – FAPs) também podem apresentar oportunidades de financiamento.
O encontro em Salvador foi precedido de uma reunião realizada em 22 de julho com os países do Hemisfério Sul, na qual foi discutida a agenda Sul-Sul, definida pelo MCTIC e pelo Departamento de Ciência e Tecnologia da África do Sul. A reunião teve como resultado a criação de um grupo de trabalho para viabilizar uma agenda científica para os países do Atlântico Sul e contou com a adesão de países como a Argentina, que deve sediar o próximo encontro, em 2019.
*Com informações da ASCOM do MCTIC
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