2017-07-07
“Quando falamos da parceria estratégica, celebrada entre Brasil e UE em 2007, estamos falando de uma parceria que pode fazer a diferença no governo do mundo. Se a UE e o Brasil compactuam com várias questões a exemplo das mudanças climáticas, então, podemos dizer que estão criadas condições para inspirar uma boa parte do resto do mundo. Esse é o significado do termo parceria. Além disso, temos também trabalho em outros campos, como: ciência, inovação, comércio, direitos humanos. É um leque muito abrangente de áreas que afetam as vidas dos nossos cidadãos”, declarou o embaixador da UE no Brasil, João Cravinho.
Para o ministro Carlos Perez, do Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil, o décimo aniversário da parceria estratégica é um momento de renovação e reforço do diálogo bilateral. Essa parceria constitui ainda um alicerce para novas possibilidades, o que se reflete nos avanços recentes nas negociações do Acordo de Associação Birregional MERCOSUL-UE.
Uma das iniciativas bem-sucedidas entre a UE e o Brasil são os Diálogos Setoriais, que já está na 9ª Convocatória da IV fase. Lançado em maio de 2008, o instrumento discute vários temas que tem como base princípios de reciprocidade e complementaridade. Coordenado pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MP), pela Delegação da União Europeia no Brasil (DELBRA) e pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), seu objetivo é o intercâmbio de conhecimentos e experiências em áreas de interesse mútuo.
As temáticas são muito abrangentes: vão desde desafios e políticas globais à ciência e tecnologia, clima, meio ambiente, agricultura, energia sustentável, transporte marítimo e transporte aéreo, educação, cultura, turismo, geração de empregos, entre outras.
De acordo com Perez, a parceria estratégica é oportunidade de elevar as relações com a UE a novo patamar, com base em sólidos valores comuns, a exemplo da defesa do multilateralismo, da democracia, dos direitos humanos e do desenvolvimento sustentável. “A parceria contribui para que Brasil e UE mantenham diálogo constante e produtivo sobre ampla gama de temas políticos, dinamizem os laços econômicos e diversifiquem as possibilidades de cooperação, com relevo para o mecanismo dos Diálogos Setoriais”, disse.
Nas três primeiras fases dos Diálogos Setoriais, foram realizadas um total de 228 ações, no âmbito de 30 áreas temáticas.
Relações sólidas - Atualmente, o Brasil e a União Europeia estão no ápice de suas relações econômicas e comerciais. A importância do Brasil como exportador para a UE aumentou nos últimos anos. A tendência é que o crescimento se mantenha e o Brasil se solidifique cada vez mais como o maior parceiro latino-americano da Europa. O país é o maior exportador de produtos agrícolas para a UE. Outro resultado, é a décima posição ocupada hoje pelo Brasil entre os parceiros de negócios do bloco e o nono lugar entre os maiores mercados de vendas.
Em termos globais, a UE é o maior parceiro comercial brasileiro, com quem se negocia cerca de 20% de tudo o que o país compra e vende anualmente e o maior investidor estrangeiro no país.
Além disso, os estados membros da UE também mantêm relações estreitas como o Brasil. As empresas europeias desemprenharam um papel fundamental para a industrialização do Brasil e são, ainda hoje, responsáveis pelos maiores investimentos no país, respondendo por mais da metade dos investimentos diretos europeus.
Na esfera política, as relações também são estreitas. São parceiros próximos nas organizações multilaterais e, em especial, na Organização das Nações Unidas (ONU).
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