2012-07-30
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A Embrapa Agroenergia e o Ministério do Meio Ambiente promoveram, no dia 25 de julho, o Seminário sobre Energias Renováveis. Realizado no âmbito do projeto Apoio aos Diálogos Setoriais União Europeia Brasil, o evento debateu o potencial de uso do sol, do mar, dos ventos e da biomassa para gerar energia. Cerca de 90 pessoas, entre representantes de órgãos do governo, instituições de pesquisa e empresas, participam do seminário.
Energia solar - O professor Roberto Schaeffer, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COOPE/UFRJ), mostrou que o uso da energia solar fotovoltaica poderia produzir três vezes o volume de energia utilizado hoje no Brasil. O problema está no custo, já que o quilowatt/hora gerado por uma planta fotovoltaica chega a ser seis vezes mais caro em relação ao das hidrelétricas. Schaeffer ressaltou, no entanto, que os investimentos em pesquisa e desenvolvimento poderão baixar os custos e viabilizar a sua utilização em escala. Ele defendeu ainda incentivos ao setor, como redução de impostos para importação de equipamentos.
Energia dos oceanos - Também da COPPE/UFRJ, Paulo Roberto da Costa falou sobre a geração de energia elétrica a partir das ondas do mar, tecnologia que está em fase de amadurecimento, mas próxima de atingir a fase comercial. Ainda este ano, deve ser inaugurada uma planta de aproveitamento dessa fonte energética no litoral do Ceará.
Energia eólica - Ricardo Dutra, pesquisador do Cepel/Eletrobrás, abordou a energia eólica. Ele destacou essa forma de energia tende a crescer, sobretudo na costa do Nordeste e na região Sul, onde há maior potencial. Atualmente, ela já é mais barata do que algumas fontes tradicionais de energia.
Energia de biomassa - Outra fonte de energia renovável que já é largamente utilizada e ainda tem grande potencial de crescimento no Brasil é a biomassa. O etanol e biodiesel já respondem por 23% da matriz energética do país, segundo José Nilton Vieira, da Casa Civil. No entanto, para que essa porcentagem cresça ou mesmo se mantenha, Vieira considera essencial que haja redução dos preços internacionais do açúcar. Ou o valor de produção do etanol continuará elevado, afirmou. Quanto ao biodiesel, é preciso avançar nas pesquisas e encontrar novas matérias-primas.
A embaixadora Mariângela Rebuá, diretora do Departamento de Energia do Ministério das Relações Exteriores e co-presidenta da organização internacional Global Bioenergy Partnership (GBEP), destacou a importância da eficiência energética. Com a melhoria desse fator seria possível reduzir em aproximadamente 30% o consumo global de energia. A embaixadora defendeu também o uso da biomassa para produção de energia e lembrou que o etanol brasileiro foi considerado pela Environmental Protection Agency (EPA) um biocombustível avançado, capaz de reduzir em 61% a emissão de gases de efeito estufa.
O pesquisador da Embrapa Agroenergia José Dilcio Rocha apresentou um levantamento dos resíduos gerados principalmente na produção agropecuária que podem ser utilizados para geração de energia, como o bagaço da cana-de-açúcar, que já dá origem a 7% da energia elétrica brasileira, e o sebo bovino empregado na fabricação de biodiesel. O caroço do açaí, a fibra do coco e a palhada da cana e a do capim utilizado para produção de sementes são outros exemplos.
Panorama europeu - Um panorama geral das energias renováveis na Europa foi apresentado por Antônio Joyce, do Laboratório Nacional de Energia e Geologia de Portugal. Ele informou que, juntas, as energias hidráulica e eólica respondem pela maior parte da matriz energética portuguesa, mas o gás natural e o carvão ainda são fontes importantes. A energia solar vem ganhando espaço naquele país, com plantas de diferentes capacidades instaladas, mas a participação ainda é baixa, especialmente em função do custo. Também há projetos para ampliar a instalação de equipamentos unifamiliares, como coletores solares térmicos e fotovoltaicos e pequenos aerogeradores. Joyce acredita que potencial brasileiro para ampliação do uso de fontes renováveis de energia é enorme. Em termos de pesquisa e desenvolvimento, o Brasil está no mesmo nível da União Europeia, observa.
Inovação para sustentabilidade - O chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Manoel Teixeira Souza Júnior, destacou a importância de pesquisadores da instituição se integrarem nas discussões sobre energias renováveis no âmbito dos diálogos setoriais Brasil União Europeia. A troca de informações e o desenvolvimento de projetos conjuntos são muito importantes para a consolidação de novas soluções que atendam às demandas da sociedade enfatizou.
O secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA, Carlos Klink, afirmou que o fomento às fontes renováveis de energia é uma das principais estratégias para o combate às mudanças climáticas, ao mesmo tempo em que contribui para o desenvolvimento econômico e social do país em bases ambientalmente sustentáveis. De acordo com Klink, o Brasil estabeleceu compromisso voluntário de redução das emissões de gases de efeito estufa e o setor de energia deverá participar desse esforço nacional, por meio do fomento às fontes renováveis de energia e do incremento da eficiência energética.
A diretora da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA, Ana Lucia Dolabella, destacou que o Projeto Apoio aos Diálogos Setoriais é uma importante oportunidade para conhecimento das políticas, estratégias e tecnologias que vêm sendo aplicadas em países da União Europeia, com potencial para aplicação no Brasil. Um exemplo é o estímulo à pesquisa aplicada de tecnologias para geração de energia por fontes provenientes do mar, citou. Ana também ressaltou que o projeto se mostrou muito eficiente para o conhecimento mútuo de profissionais que atuam na área, com foco em futuras cooperações técnico-científicas.
Com informações da Embrapa e do MMA
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