2019-11-27
“Como é que vamos fazer para chegar na criançada, na família, nas cozinheiras queridas, todos acostumados com a fartura, a mesa cheia de comida, que é comum em nossa cultura, e falar que um terço disso tudo está sendo jogado fora?”, questionou o cartunista e escritor Maurício de Sousa, durante cerimônia de lançamento de uma revistinha especial da Turma da Mônica e de um guia para professores com dicas contra o desperdício de alimentos nesta terça-feira (26) na Embrapa, em Brasília
Para enfrentar esse desafio, o cartunista afirmou que pretende abordar o assunto em histórias das revistas comerciais do Instituto Maurício de Sousa, que apoiou a publicação do gibi pela Embrapa e parceiros.
“Basta criatividade e continuarmos contando com informações da Embrapa para inserirmos o tema entre uma aventura e outra”, disse. Sousa destacou a importância de se obter a cumplicidade dos professores para a conscientização dos estudantes sobre o “crime” que é o desperdício de alimentos, “quando tantos passam fome e depois de todo o esforço da pesquisa para colocar comida de qualidade na mesa das famílias”.
Ao falar para o público-alvo do evento, de estudantes do ensino fundamental e médio, o embaixador da União Europeia no Brasil, Ignacio Ybáñez, também questionou a plateia: “Você sabia que para fazer um pedaço de pão você precisa de 1000 litros de água? Isso é muita água!”.
Ele explicou o caminho percorrido pelo alimento do campo à mesa das famílias e falou sobre o reaproveitamento das sobras, sugerindo ainda o planejamento das compras de gêneros alimentícios e a anotação do que é jogado fora para entendimento do porquê do descarte.
“Além disso, o apodrecimento de alimentos nos aterros produz um gás muito forte e prejudicial, chamado metano. Isso significa que o desperdício de alimentos também prejudica o meio ambiente, inclusive levando às mudanças climáticas”, completou o embaixador.
O gibi educativo e o guia didático para professores serão distribuídos a estudantes e explicam esses impactos negativos do desperdício de alimentos, desde o orçamento da família até o meio ambiente, e dão dicas sobre como substituir hábitos indesejáveis.
O presidente da Embrapa, Celso Moretti, falou sobre uma outra dimensão importante do “crime” do desperdício: um terço da produção de alimentos vai para o lixo, enquanto 1 bilhão de pessoas passam fome no mundo. “Outros 3 bilhões sofrem de má nutrição e obesidade por falta de uma dieta equilibrada”, alertou. Moretti apontou o envolvimento da infância e juventude por meio da educação como forma de investir no futuro do país e do planeta.
Nesse sentido, o diretor de conservação e restauração de ecossistemas do WWF Brasil, Edegar Oliveira, destacou o papel da comunicação nessa tarefa junto ao público jovem, lembrando que “a distribuição das publicações nas escolas públicas vai conferir escala e visibilidade à agenda do consumo sustentável de alimentos junto às famílias a partir das crianças”.
Concurso Horta&Escola
No evento, organizado por Embrapa e a Delegação da União Europeia no Brasil, no âmbito de projeto apoiado pelos Diálogos Setoriais, também foram anunciados os vencedores do Concurso de Inovação Horta&Escola, realizado pela Empresa.
O chefe-geral da Embrapa Hortaliças, Warley Nascimento, disse que historicamente o centro de pesquisa tem dedicado atenção a iniciativas de interação com público estudantil, visando ao incentivo de consumo de hortaliças como fornecedoras de fibras, sais minerais e antioxidantes. Segundo ele, seria necessário triplicar o consumo de hortaliças no país para o alcance dos índices preconizados pela Organização Mundial da Saúde. Entre as iniciativas em desenvolvimento na Embrapa Hortaliças estão a Feira de Ciências: Pesquisadores do Futuro, e o concurso Horta&Escola.
O assistente da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) Gustavo Chianca elogiou a iniciativa. Segundo ele, o trabalho com hortas escolares no país tem significado grande avanço na luta contra a fome. “Por isso a experiência brasileira tem sido levada a outros países da América Latina pela FAO”, acrescentou.
O concurso Horta&Escola foi incorporado na segunda edição da feira convidando as escolas do DF e Entorno para colaborarem com ideias inovadoras. A ação atraiu as parceiras com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Delegação da União Europeia no Brasil.
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